quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Tantra, o quê é?




Extraído da Wikipédia:


Tantra, yoga tântrico ou tantrismo é uma filosofia comportamental de características matriarcais, sensoriais e desrepressoaras. Essencialmente, a prática tem, por objetivo, o desenvolvimento integral do ser humano nos seus aspectos físico, mental e espiritual.

Origem da expressão

"Tantra" é um termo sânscrito (dialeto antigo da Índia) que significa "uso, trama". Designava uma série de tratados indianos do século VII em diante sobre ritual, meditação e disciplinas. A palavra "tantra" é composta por duas raízes acústicas: "tan" e "tra". "Tan" significa expansão e "Tra" libertação.
Tal denominação tem as suas raízes em fatores históricos muito sutis, pois esta filosofia comportamental, durante a época mediaval foi severamente reprimida na Índia hinduísta. Fortemente espiritualizada. Esta era a forma como os seguidores desta filosofia a viam. Libertadora, mas mantida em segredo (na escuridão).
Dispõe de imensos significados e interpretações, mais ou menos corretos, tais como "teia", "trama" ou "entretecido". "Tantra" pode ser interpretado, mais corretamente, como algo que é regulado por regras gerais.Um dos significados que a palavra possui é "código". Vale lembrar que o tantra é uma filosofia comportamental e que seus diversos significados giram em torno desse fundamento.
Nas sociedades primitivas não guerreiras, nas quais a cultura não era centrada na guerra, a mulher era fortemente exaltada e até mesmo endeusada, na medida em que dava vida a outros seres humanos. Daí, a qualidade matriarcal dessas sociedades. A partir dessa qualidade, desdobra-se a qualidade sensorial ("a mãe dá à luz pelo seu ventre e alimenta o filho pelo seu seio") e a desrepressora, tendo em vista que a mãe é sempre mais carinhosa e liberal que o pai, pelo faco de o filho ter nascido do seu corpo, e devido à própria natureza normalmente mais agressiva do macho.
Baseado quase inteiramente no culto de Shiva e Shakti, o tantra visualiza o Brahman definitivo como Param Shiva, manifesto através da união de Shiva (a força ativa, masculina, de Shiva) e Shakti (a força passiva, feminina, de sua esposa).
Está centrado no desenvolvimento e despertar da kundalini, a "serpente" de energia ígnea (elemento fogo), de natureza biológica e manifestação sexual, situada na base da espinha dorsal e que ascende através dos chakras até se atingir o samadhi. Uma dessas maneiras é obter a união entre Shiva e Shakti (casal primordial, pai/mãe, Deus/Deusa hindus), também conhecida como Unyo Mystica.
No tantra, ao contrário da maioria das filosofias espiritualistas, se vê o corpo não como um obstáculo mas como um meio para o conhecimento. Para o tantra, todo o complexo humano é vivo e possui consciência independente da consciência central. Por isso mesmo, é merecedor de atenção, respeito e reconhecimento. Para tanto, usa mantras (vocalização de sons e ultrassons em sânscrito), yantras (figuras geométricas, desde as simples às mais complexas, como mandalas, por exemplo, que representam as diversas formas de Shakti) e rituais que incluem formas de meditação.”



Infelizmente no ocidente muitas pessoas ligam a palavra Tantra a apenas práticas sexuais e, muitas vezes, de uma “moral duvidosa”, já que quase tudo que envolve sexualidade é um Tabu, ou seja proibido de ser discutido abertamente. E depois é transformado em mitos, fantasias distorcidas e práticas com falta de orientações ou profundidade de objetivos.
Assim o Tantra está mais ou menos ligados à sexo pelo sexo, de forma pouco espiritualizada (por mais que se acendam uns incensinhos, rsrsrs) e sem comprometimentos emocionais e espirituais. Isso se deve muito aos primeiros contatos com culturas orientais através de pessoas que na tentativa de rompimentos com sistemas pré-estabelecidos acabaram se engajando ou apenas sendo rotulados como pertencentes ao movimento Hippie dos anos 70, no qual muitos apenas estavam por estar na moda (uma espécie de rebelde sem causa) e pouco sabiam e praticavam as reflexões que o movimento propunha se ligando apenas à sensação de liberdade de uso de roupas diferenciadas, uso de drogas e práticas sexuais liberais (mas não libertadoras na essência).
De outro lado, quando há uma tentativa de trazer ao Tantra seu verdadeiro significado há uma distorção de rigor em moral e bons costumes que fazem ligação com o bom e velho conhecido conceito de “pecado” e suas culpas e punições, tornando mais uma prática repressora do quê libertadora que é sua essência natural. Indicando como caminho apenas um único formato, um único jeito… trazendo mais sofrimento por não conseguir alcançar o domínios de práticas difíceis para quem nunca teve contato e pertence a outras culturas, que pacificação interna por se conhecer e reconhecer melhor e poder criar seu caminho, no seu ritmo e modo, apenas se baseando em uma forte essência, conceito e união com a divindade.

Tantra é o caminho do meio - assim eu entendo.




Nem é a santificação ao modo ocidental que passa por negação ao sexo, nem a libertinagem com orgias sem sentido algum, pessoas apenas sendo tornadas objetos de prazeres para alguns, em repetição à modelos de objetificação, principalmente da mulher aliado à falta de respeito e amorosidade espiritual.
O ideal tântrico (que é treinável mas, esbarra em muitos conceitos) é amorosidade de seres iluminados, tratando ao outro à altura de tal iluminação, já que o outro está em via de tornar-se ou já é iluminado também, mesmo que seja por uma única vez, em uma única relação sexual casual.



Abraços,

Adriana Zen

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